Estudo aponta que 344 mil internações em 2024 foram causadas por doenças evitáveis ligadas à infraestrutura precária
A ausência de saneamento básico no Brasil resultou em 344 mil internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) em 2024, conforme estudo do Instituto Trata Brasil em parceria com a EX Ante Consultoria. Essas doenças incluem infecções gastrointestinais, dengue, leptospirose e outras enfermidades causadas pelo contato com água contaminada ou vetores de transmissão.

A região Nordeste concentrou o maior número de internações por doenças de transmissão feco-oral, com destaque para o Maranhão, que registrou 29,8 mil casos. No Norte, as internações por DRSAI também foram elevadas, com 27,2 mil casos de doenças feco-orais.
Proliferação de baratas e riscos associados
A falta de saneamento básico contribui para a proliferação de baratas, que são vetores de diversas doenças. Esses insetos são atraídos por ambientes com acúmulo de lixo e esgoto a céu aberto, comuns em áreas sem infraestrutura adequada. As baratas podem transmitir doenças como salmonelose, hepatite A e disenteria, agravando ainda mais os problemas de saúde pública nessas regiões.
Além disso, a presença desses insetos em ambientes domésticos pode causar crises alérgicas e asma, especialmente em crianças e idosos, que são mais vulneráveis a essas condições.
Estratégias para combater ratos
A proliferação de ratos é outro problema associado à falta de saneamento básico. Esses roedores são responsáveis pela transmissão de doenças como leptospirose e hantavirose. Para controlar a população de ratos, é importante adotar medidas como a eliminação de fontes de alimento e abrigo, além do uso de iscas raticidas de forma segura e estratégica.
O uso de iscas raticidas pode ser uma ferramenta eficaz no controle de infestações de ratos, desde que seja feito de maneira responsável e estratégica. É importante considerar os riscos e tomar medidas para minimizar o impacto em outros animais e no meio ambiente.
Entre as opções disponíveis, destaca-se o Racumin Soft Bait, uma isca fresca altamente atrativa e de rápida mortalidade, que combate diferentes espécies de roedores como ratazanas, camundongos e ratos de telhado. Basta colocá-la em lugares secos ou úmidos onde as crianças e os animais de estimação não tenham acesso.
Ações integradas para melhoria da saúde pública
A melhoria do saneamento básico é uma medida fundamental para reduzir a proliferação de pragas urbanas e as doenças associadas. Investimentos em infraestrutura, como a expansão da rede de esgoto e o tratamento adequado de resíduos sólidos, são essenciais para garantir a saúde e o bem-estar da população.
Segundo Maria Fernanda Zarzuela, PhD e coordenadora do Laboratório da Envu, o combate precisa ser constante e adaptado à realidade das áreas mais vulneráveis: “locais com esgoto exposto, lixo acumulado ou ralos destampados oferecem abrigo e alimento para os roedores. A aplicação de raticidas e isca para ratos devem ser feitas como forma de combater a proliferação, sempre com orientação técnica, especialmente em áreas onde o acesso de crianças e animais domésticos representa um risco.”
Além disso, campanhas de conscientização sobre a importância da higiene e do descarte correto de lixo podem contribuir para a redução desses problemas. A colaboração entre governos, empresas e sociedade civil é crucial para enfrentar os desafios relacionados à falta de saneamento básico no Brasil.
Com ações coordenadas e investimentos adequados, é possível melhorar a qualidade de vida da população e reduzir significativamente os casos de doenças relacionadas à infraestrutura precária.